Paulinho foi aquele eletricista que entrou na minha casa pra arrumar o fio, a fiação, o disjuntor, até secador de cabelo ele arrumava. Fazia de tudo um pouco até virar de tudo um muito: virou de casa, o danado do Paulinho. Qualquer problema era ele que a gente chamava. De tão de casa virou que eu passei até a suprimir a segunda letra do nome dele. E era assim que eu o chamava: “Pulinho”! Tamo precisando docê!…” E Num pulo ele aparecia lá em casa, pau pra toda obra. Feliz da vida, dono de uma alegria contagiante, especialmente depois que seus netos nasceram. Virou vô babão, esse Paulinho. E com toda razão. (Carreguei um deles no colo, e continuei carregando no meu celular, fotos lindas que o Paulinho me mandava.)
O último jogo da Copa ele foi assistir com a gente, meu pai estava também. Não me lembro se teve gol, nem quantos. Mas não faltou carne, cerveja, abraço, alegria.
Depois o Paulinho não apareceu mais. Dona Saúde pediu atenção, o fígado não ia bem, um transplante passou a ser cogitado. Cheguei a combinar uma visita no início do ano, mas ô ano conturbado, sô. Veio vindo igual um furacão, acabamos tendo que desmarcar. (Sinto muito, meu amigo. Fiquei te devendo esse encontro.)
Hoje acordo com a notícia de que o Paulinho se foi. Duas paradas cardíacas, haja coração, doído amanhecer assim.
Choro sua partida, Paulinho. Apago as luzes lá de casa, aquele circuito todinho que você fez com tanta competência e carinho. E sei que agora é você quem vai acender as estrelas lá do céu.
,
Andre Lemos says
O Paulin tinha a chave da nossa casa. Muito querido, sempre gentil. Eu chamava ele de o “homem da Casa. Qdo a Renatinha, brava, me chamava na responsa: Cadê o homem dessa casa para consertar esse chuveiro que não esquenta??? eu corria para o telefone ( e corria dela tb) e logo falava : vou chamar o “homem da casa”. Torcia para o o time do outro lado da Lagoa e sempre brincávamos um com o outro nos resultados adversos que nossos times tinham. Conseguíamos rir e brincar com noticia ruim. Mas hj nao tenho o companheiro para rir de placar negativo. Paulin, meu amigo vai levar luz para o céu e de lá vai mandar as melhores energias para minha casa, com todo cuidado e carinho que sempre cuidou. A ele sempre entregarei as chaves daqui de casa. Valeu parceiro !!!
Renata Feldman says
Riso e choro por aqui. Tal como um circuito elétrico, feito de positivo e negativo. Feito a vida, cheia de antagonismos, tal como ela é.
Feliz da gente que teve um Paulinho iluminando a casa. Dá seu jeito se o chuveiro estragar.
Márcia says
Renata, que o Paulinho continue iluminando a sua casa e a sua família.
Pessoas como ele sempre estarão brilhando …
Renata Feldman says
Amém, Márcia!… Ele vai iluminar mais do que nunca, tenho certeza disso.
Abraço carinhoso!
Clara Feldman says
Ah, filha, compartilho da sua tristeza e da sua certeza de que o Paulinho, esse ser humano especial iluminado, já está no céu acendendo luzes e estrelas. 💫⭐️🌟✨
Renata Feldman says
Ah, mãe, você tem uma participação especial nessa história!… Foi você quem descobriu o Paulinho e passou ele pra mim, como tantas coisas boas que vieram de você!…
Cecília says
Paulinho deu um pulinho lá pra cima, ne Re?
Mudou de nivel, subiu degraus e deve estar rodeado de azul nas energias sutis do universo.
Meus sentimentos, querida!
Renata Feldman says
Isso mesmo, Cecília. E o céu ficou ainda mais bonito com ele por lá!…
Obrigada, querida.
Marcelo Mascarenhas says
Despedida linda…
Renata Feldman says
Merecida, Marcelo!…
Obrigada por fazer parte dela também, deixando seu comentário por aqui.
Abraço carinhoso!
Angela Belisário says
Nossa que linda história.
Na vida temos, muitas vezes,surge um “Paulinho” assim…
Entram em nossas vidas de mansinho, marcam sua presença, e quando partem deixam um vazio que custa a ser preenchido.
Tive alguns “Paulinos”que deixaram marcas, em minha vida, Até hoje lembro deles com carinho.
Renata Feldman says
Sim, Angela. Feliz de quem tem “Paulinhos” pra iluminar a vida!…
De resto, fica mesmo a saudade e nosso carinho como retribuição.
Abraço, minha querida.