Bem-vindo a Paris. Cidade das luzes, suspiros, sonhos, encantos. Cidade divisor de águas na vida de Diego e Marina, encantados que também eram um pelo outro.
Ele de lá, ela de cá, mais uma viagem pra contar a história.
Mas o que seria “mais uma” viagem se tornou “a” viagem. Um quê de agitação, desencontro e distanciamento ia compondo a paisagem, sutil e delicadamente.
Marina de cá percebia, movida talvez por seu sexto sentido, esse acessório que as mulheres usam tão bem.
Diego de lá se movia, se surpreendia, enaltecia com paixão cada minuto de sua nova cidadania. Montmartre, Saint Germain, Marais, Champs Elysées, Quartier Latin, Saint Michel. Pés pra bater, cabeça pra pensar, coração pra sacolejar, rachar, partir.
Às vezes Diego prometia ligar e não ligava. Às vezes um e-mail enviado por Marina ficava dias adormecido
na caixa de entrada, sem virar resposta.
“Ele não deve ter tido tempo”, justificava Marina para si mesma.
Estudando e estagiando, as prioridades eram outras. Foram levando assim durante cinco meses – mais um e ele voltaria para o Brasil. Não voltou. O estágio ia de vento em popa e ele foi convidado – danado que era – a prolongar a viagem por mais seis meses.
Foi a deixa (ou gota d’água) para Marina separar suas economias, arrumar as malas e ir se encontrar com o namorado na cidade-luz. Não foi.
De um jeito ou de outro, nos seus sumiços e entrelinhas, Diego disse a Marina que era melhor ela não ir.
Na cabeça de Diego: se ela fosse, acabariam vivendo um casamento que ainda não existia. Ela era a mulher da sua vida, mas aquele era um outro momento, focado no estudo e carreira; ali ele se sentia independente, autônomo, responsável, capaz de vencer desafios e abraçar o mundo, respirando o auge da sua juventude.
Na cabeça de Marina: Como assim? Afinal, nosso namoro não era forte o suficiente para aguentar o tranco? Não era amor de verdade o que sentíamos um pelo outro?
Não se tratava de amor, Marina. Mas de contexto, mudanças, logística, liberdade, hormônios, Paris e seus encantos.
Por um fio a relação estava, por um fio ficou.
O que começou como uma linda história de amor acabou pelo telefone. Em poucas palavras, ruindo por dentro, Marina teve que oficializar o que Diego não deu conta de fazer.
Acabou, c’est fini, c’est la vie, fim.
Quem nunca viveu uma história parecida que atire a primeira flor.
PC says
Este Diego é um bosta!
Anonymous says
Poxa!… Acabou assim? Ou tem mais?..sniff
Cida
Renata Feldman says
Compartilho do pesar de vocês, PC e Cida!…
Infelizmente, a vida muitas vezes está longe de ser o que a gente gostaria que fosse… Tanto abismo entre o ideal e o real, Marina que o diga!…
Tantas voltas que esse mundo dá, quem sabe?
Anonymous says
Ah!…mas pesa na gente que lê! Imagino Marina!…. A roda gigante está ativando!…
Como lidar com essa paciente?… Estende essa historia na sala da psicologa….se puder, lógico!
Cida.
Ps:estudante de psicologia, amo minha futura profissão! Tive referências de vc! Abraço!
Renata Feldman says
Ah, Cida, essa profissão é pra amar muito mesmo! Como lidar com Marina? Acolhendo-a com uma escuta humanizada e compreensão empática, acessando-a pelas vias de um coração que chora, muito.
Essa história ainda continua. Aguarde, minha querida. Abraço carinhoso, muito obrigada pela visita, volte sempre!
Walkiria Silva says
Ah, que historia mais linda, porque sei que e uma historia com H, que Deus abencoe este casal, que esta historia nunca chegue ao fim!
Ana says
Que triste mesmo! Parece até história de “Ciências sem fronteiras”… já sei de pelo menos três que acabaram assim!
Um beijo, Rê!
Renata Feldman says
História com H, Walkiria. Agazão.
Beijos, querida!
Renata Feldman says
“Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência”, Ana!… “Amor com fronteiras”….
Beijos, querida!