Semana passada dei com alegria uma palestra na Paróquia Nossa Senhora Rainha, no Belvedere, cujo tema era: “Relacionamento Conjugal. Fortalecendo os laços de amor através de atitudes e posturas construtivas.”
Enquanto não dava a hora de começar, tomei um café na companhia de uma das atenciosas organizadoras do evento, Cristina Chiari, e fiquei vendo as pessoas chegarem aos poucos. Casais de namorados, noivos, casados; novos, de meia idade, de cabelo e sobrancelha brancos. Algumas poucas mulheres sozinhas, jovens em turma e, para minha supresa, algumas adolescentes (futuras casadoiras) cheias de brilho nos olhos.
Olhando o salão lotado – mais de duzentas pessoas, de perfis tão variados – fiquei pensando que coisa boa é ver que as pessoas ainda se mobilizam – e ao mesmo tempo se movimentam – para falar de amor. O tema está em voga, graças a Deus.
Mãos entrelaçadas, olhares atentos, braços acolhendo ombros. Foi nesse clima de juntidade, cumplicidade e abertura que a plateia me ouviu falar sobre casamento. Os sonhos, a rotina, as mudanças, os filhos, o envelhecimento conjunto.
Em determinado momento, perguntei a eles qual o segredo. O que faz alguns casais comemorarem bôdas de ouro, prata, diamante, confirmando o quanto o amor é possível? E foi logo ali, na fila do gargarejo, de um casal que já acumulou muito ouro, que escutei uma das respostas mais lindas: o segredo é a decisão de amar.
Perfeito. Não basta amar, é preciso que se tome essa decisão. E isso transcende a própria decisão de casar, subir ao altar, jogar o buquê ou partir o bolo. Significa, acima de tudo, a decisão de continuar amando, apesar de. Apesar das diferenças que são muitas, dos problemas que são grandes, dos inúmeros tropeços que surgem no caminho e que muitas vezes levam ao adoecimento do amor. A decisão de amar transcende também todas os outras respostas-clichê que já tenham sido ditas sobre o assunto: paciência, amor, perdão, tolerância (que, com certeza, também são segredos que todo mundo deveria saber e pôr em prática).
Depois da reposta do Ildeu e da Maria Lúcia, recebida com aplausos da plateia, minha missão estava praticamente cumprida.
Se os casais não saíram de lá sob chuva de arroz, com certeza saíram refletindo sobre esse arroz que completa o feijão todos os dias, temperado com amor, poesia, encantamento e aquele que talvez seja um dos ingredientes mais importantes: sabedoria.
Camila Amaral says
Que aprendizado, Renata. Me emociono muito com seus relatos e esse em especial me deixou deslumbrada. Obrigada por compartilhar mais essa experiência, é sempre muito bom ler seus textos. Sou sua fã!
Um beijo,
Camila
Renata Feldman says
Camila querida,
Que alegria ler seu comentário!
Fico muito feliz de saber do efeito positivo que eu possa ter causado.
Muito obrigada pela visita, volte sempre!
Um grande abraço!
Ivania Barquero says
Que sensibilidade Renata! Fiquei emocionada…
Decidir amar e permitir ser feliz só atrai coisas boas. Um abraço apertado,
Ivania Barquero
Renata Feldman says
Trata-se de uma sintonia de amor, Ivania!…
Bom te ver por aqui, abraço carinhoso!