Olho no espelho e me vejo.
Pipa, peão, rolimã.
Olho no espelho e brinco com o tempo.
Bola de gude, avião, catavento.
Olho no espelho e namoro.
Bem-te-vi, beija-flor, bicicleta.
Olho nos olhos de mim
e vejo o quanto de chão já percorri.
Pés cansados,
cabelo branco,
rugas no rosto,
emoção que dá gosto.
Me olho no espelho e me chamo de velho.
Velho amigo.
Mergulho no espelho
e encontro a criança que fui um dia.
* Inspirado no livro “O menino no espelho”, de Fernando Sabino, para o Sarau Literário da Escola Theodor Herzl.
Cidinha Ribeiro diz
Que bom se olhar no espelho e ver, do lado de lá, uma porção de coisa boa sorrindo pra gente! É você, sem tirar nem pôr. Delicadeza só. Uma graça! Beijos, querida!
Renata Feldman diz
Que bom entrar no blog e te ver, Cidinha!
Direto do Cafofo pro meu coração.
Sua alma deve ser prima da minha.
Beijos, querida.
Vera Mesquita diz
Que lindo, Renata! É a magia da vida! Pura emoção! Parabéns! Beijo!
Renata Feldman diz
Muito obrigada, Vera!
Feliz do espelho que reflete a luz que você tem!…
Beijo, querida!
José Maria Soares diz
Olá, Renata! Foi muito bom contar com você e André no nosso Sarau na última terça. Melhor ainda ter tido a honra de contar, mais uma vez, com sua valiosa contribuição: este belo poema. Está provado que o espelho não só revela nossa superfície, como também o coração, a alma, nossas porções invisíveis. Parabéns!
Renata Feldman diz
José Maria, nós é que agradecemos, tanto e tanto.
Professores como você fazem toda a diferença no árduo e bonito exercício de colocar poesia nos olhos desses meninos que um dia se tornarão velhos mais cheios de sensibilidade e vida.
Muito obrigada pela oportunidade que tanto me tocou!
Abraço forte!