Era uma vez um homem cheio de ideias na cabeça e sonhos no coração. Riscando do dicionário a palavra “impossível”, pôs-se a desenhar ratinhos, esquilos, patos, princesas, fadas e castelos. Seus rascunhos ganharam asas e voaram pelo mundo, enchendo de brilho os nossos olhos.
Ah, Walt Disney, como eu gostaria de ter te conhecido. Assentar-me à mesa com você em um almoço de domingo e cantar “Be my guest, be my guest!…”. Que prazer seria recebê-lo em minha casa e ficar horas ouvindo a sua história, saber de onde tirou tanta inspiração. Como não tem jeito, te encontro de outras formas: em alto-mar, em terra firme, nos filmes e canções, no sorriso dos meus filhos, na menina que fui um dia.
Na minha época a Disney não era tão “logo ali” como é hoje, e costumava-se dizer que crianças muito pequenas não aproveitariam tanto, pouco se lembrariam. Hoje elas já nascem encantadas, apresentadas desde cedo a este colorido mundo de emoção e fantasia. Geração Mickey Mouse, Montanha-russa, “Where dreams come true”, como não aproveitar? Como esquecer?
Fui rascunhando este post numa fila de setenta minutos, esperando chegar nossa vez na recém-inaugurada montanha-russa dos Sete Anões. Apesar do cansaço, do frio e das refeições nada balanceadas, me realizei através dos olhos deles. De um Léo e uma Bella que não queriam mais nada na vida além de brincar de realizar sonhos, viveriam ali para sempre se pudessem.
E foi ali, naquela fila, que eu parei meus olhos e voltei no tempo. Casa de vó, quintal florido de hibiscos, chinelo azul virando tapete de Aladim, carrinho de enfeite deslizando pelo corredor feito barquinho do “It’s a small world”, neta cercada de mimos e chocolate e paparico, eu era princesa e não sabia. Minha avó deixava de dormir com o meu avô para dormir no quarto comigo, ela na cama e eu na bicama, um aconchego só. Aí um dia eu acordei e ela não estava lá, como de sempre. Pingo de gente que era aos quatro anos de idade, chorei feito gente grande ao ver a cama vazia, talvez já intuindo que ela também havia virado Bella Adormecida, adormecida para sempre.
Ah, vó, que saudade. Molhei meus olhos e abracei o tempo. Sua casa era a minha Disney.
Que lindo, Renata, lembrei-me dos finais de semana que passava com minha vó paterna e tomava um gostoso e inesquecível café da manhã com misto quente feito de “pão francês”,chá de erva mate dociiiinho, e horas a frente da tv sem muitas vezes ter qualquer assunto. Lembrança boa!
Hoje, com minha vó muito doente em uma fase crítica do alzheimer, não tenho mais esse café , nem a cia da mesma. Apenas a gostosa nostalgia de reviver esses momentos todos as vezes em que preparo meu chazinho de erva mate. Huuummm… aroma gostoso de sentir e lembrar da minha Disney.
Beijos carinhosos.
Essas memórias dão um sabor todo especial à vida da gente, Edgard. Vó é “mãe com açúcar”…
Abração!
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh eu tive várias Disney(s), uma delas a fazenda dos avós maternos, com direito a subir em árvores, rapar tacho de doces feitos na fornalha, fazer cabaninhas, brincar com os primos, ouvir estórias contadas pela vovó, apresentar teatrinhos, coroar Nossa Senhora etc etc etc. A casa da vó paterna também era um verdadeiro paraíso … Quanto mimo !!! Quanto carinho !!! Quanta saudade !!!
Uma Disney melhor que a outra, Márcia! Você foi uma criança privilegiada, quanta história boa de lembrar e contar!…
Beijos carinhosos!
Renata, querida me emocionei com seu conto. Ninguém deveria morrer ser conhecer o mundo emcantado da Disney
Sim, Selma. Esse mundo encantado desperta a criança adormecida dentro de nós.
Beijos, querida!
Chorei ! Tocou lá no fundinho …
Chorar de emoção é uma lindeza, Júnia.
Beijos carinhosos!
Que lindeza, Renata! Tocou meu coração! Viajei no tempo através de suas palavras tão cheias de poesia!
Fico feliz, Vera!… Basta acessar o coração para realizar lindas viagens pelo tempo!…
Abraço carinhoso!
Parabens Rena! Seus textos são encantadores….
Obrigada, Carol querida. Isso me move a querer ir sempre em frente.
Abraço carinhoso!