Arrumo as malas. Desarrumo a rotina. Fim de semana em São Paulo, chuva, frio, é o que diz a meteorologia.
Junto às peças de roupas ajeito livros, bloco de anotação e bonecos Playmobil, um dos requisitos para o curso de Constelação Familiar.
Vou combinando as cores e pensando nos meus amores. Três dias eu lá, eles cá. Fim de semana atípico esse. Misto de ansiedade, alegria, saudade.
Deixo bilhetes de despedida, me dou em mil abraços, me vou (voo) com a energia de um mergulhador a descobrir as profundezas do mar.
Mas quem diz que vou só?
Mãe que é mãe dependura no pescoço suas carinhas de ouro, carrega o celular de fotos e vai mandando what’s ups pelo caminho.
Já no aeroporto, na fila do raio-x, vou dando pequenos passos e lendo “No centro sentimos leveza”, de Bert Hellinger. Minha leitura é interrompida por um universal e inconfundível “mããe…”. Por pouco não respondo, acostumada que estou a essa palavra tão dita e repetida tantas vezes por dia, podia jurar que era o Léo me chamando.
Voo tranquilo, vou deixando minhas montanhas pra trás.
No hotel, a alegria de rever amigas de uma mesma e longa jornada. Vamos almoçar e a cumplicidade se estende para os causos, novidades, trocas de um sabor especial.
Faz frio, acertou a meteorologia. Visto a jaqueta e vejo que um dos bolsos – o esquerdo – está cheio. Enfio a mão e qual minha surpresa: tiro de lá uma calcinha azul turquesa da Hello Kit. (Risos, muitos risos.) Será que foi a Bella que fez essa graça ou fui eu – mãe com mil coisas na cabeça – que acabou trocando a gaveta pelo bolso? “Freud explica.”
E assim seguimos nossa toada, alunos compenetrados e cheios de vontade, deixando que algo maior nos tome. Estou longe de casa e ao mesmo tempo tão perto. Imersa nas leis de amor, na grandeza que vem do pai, da mãe, da força que atua em um casal e se derrama sobre os filhos como água benta. Sagrada.
Mais um intervalo para o almoço, tempo contadinho, seguimos para um delicioso bistrô perto do hotel. Comida divina, lugar inspirador, pedacinho da França em pleno Jardins. E adivinha quem também está lá? Marieta Severo, linda e elegante, mais jovem do que nunca, acompanhada de um homem “nada global, bem de carne e osso”. Olho pra ela e escuto Chico Buarque. Olho para ela e vejo a simpática “Nenê” de “A Grande Família”.
É. Está mesmo tudo conectado.
O curso termina mas também continua dentro de mim. De volta pra casa, de volta ao trabalho, hora de desarrumar as malas.
Selma Maria diz
Quero fazer constelação depois com vc.
Adorei o texto, como sempre. Beijos. Parabéns
Renata Feldman diz
É um trabalho lindo, Selma, repleto de sentido.
Obrigada, minha querida!
Abraço carinhoso.
Vera Botelho diz
Como sempre: lindo!!!!!!!!!
Renata Feldman diz
Como sempre: grata, muito grata, Vera querida.
Vera Mesquita diz
Que lindo, Renata! Seus escritos, mesmo em prosa, são pura poesia. Parabéns!
Renata Feldman diz
A vida precisa de poesia, Vera.
Muito obrigada, querida.
Thais Monteiro diz
Adoro a forma que escreve, qualquer texto seu nos enche os olhos !!! :*
Renata Feldman diz
Que alegria, Thaís!…
Que seus olhos fiquem cheios sempre.
Beijos, querida.
Edgard Silverio diz
Oi, Renata, tudo bem? Lindo seu texto! Aproveitando, muito obrigado por se lembrar de mim.
Estou amando o livro:Êxito na vida Êxito na profissão. A riqueza e simplicidade de cada uma das crônicas do autor Bert Hellinger, têm me ajudado a rever alguns conceitos e preconceitos do meu dia a dia.
Grande abraço.
Renata Feldman diz
Obrigada, Edgard!
Fico feliz que tenha contribuído de alguma forma com a sua caminhada. Bert Hellinger realmente sempre nos ensina muito, de uma forma especial.
Obrigada pela visita, volte sempre!
Um grande abraço!
Madalena diz
Fernanda, adorei o texto!!! Já fiz constelação familiar uma vez!! Bem interessante.Pensei em repetir, só que ainda não deu!!! Um abraço
Renata Feldman diz
Então você sabe bem do que estou falando, Madalena. Dá vontade de constelar sempre que o coração pede.
Muito obrigada pela visita, volte sempre!
Abraço!
Ana diz
Rê querida,
Texto lindo, cheio de amor de mãe!
Beijos!
Renata Feldman diz
Tão cheio que transborda, Ana.
Beijos gratos, querida!