Para as crianças, profissão é um assunto que não costuma causar muita polêmica.
A boa e velha frase “O que você vai ser quando crescer?” traz algumas respostas na ponta da língua.
A Bella, por exemplo, já decidiu que vai ser psicóloga, escritora, cozinheira e professora.
O Léo quer ser engenheiro de lego, arquiteto, ator e diretor de filmes de ação. De 007 pra cima.
Aí eles crescem e, na hora H, percebem que escolher a profissão da sua vida não é algo tão simples assim.
Dá-lhe angústia. Dá-lhe dúvida. Dá-lhe sessão de terapia e teste vocacional para definir
seu ganha-pão, sua rotina diária, seu brilho nos olhos. (O fundamental brilho nos olhos.)
E aí um dia, além de profissionais, eles viram pai e mãe, sempre apressados para trabalhar,
e ainda tendo que parar para explicar aos filhos o que significa essa correria toda:
– Mas, mamãe, por que você tem que trabalhar? Vou ficar com saudade!…
– Por que a mamãe tem que ganhar dinheiro para pagar a escola, pagar a nossa ajudante,
comprar coisas gostosas pra gente comer… Suas roupas, seus brinquedos,
sua festa de aniversário, tudo custa dinheiro.
Mas não é só por isso, minha filha: a mamãe adora trabalhar.
Vejo algumas mães sofrendo, carregando uma tonelada de culpa nas costas porque trabalham fora.
Elas se esquecem do modelo importante que são para os filhos:
modelo de gente trabalhadora, batalhadora, realizada, feliz.
E, apesar da saudade, os pequenos vão se enchendo de orgulho dos pais.
Outro dia a Bella estava numa prosa animada com a Sofia, uma de suas amigas prediletas,
justamente sobre esse assunto:
– Sabia, Bebella, que o meu pai é presidente da escola? (…)
– Pois o meu é síndico. Ele manda no prédio todo. (!)
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