“Românticos Anônimos” é um filme simplesmente delicioso. Fui outro dia sozinha e ontem rolou um irresistível “Vale a pena ver de novo” com o Dé, que confirmou a cada risada o sabor de um enredo cheio de graça e leveza. Sem falar do tanto de França que adentra pela alma da gente, seja pelas ruas, pelo outono, pelo sotaque e pelo chocolate (sim, ainda por cima tem uma fábrica de chocolate pra gente sair do cinema salivando – mesmo não sendo suíço).
Em plena era de “pegação”, socialização, explicitação de tudo e de todos, o grupo dos “Românticos Anônimos” soa no mínimo inusitado. Mas tirando tudo o que é surreal, tragicômico, sobra o que há de real, bastante real: gente tímida, emotiva, fechada. Mulheres que não sabem dizer não, homens que suam para dizer sim, gente que se embaraça nos encontros amorosos, sem saber o que dizer, sem ideia do que fazer. Medo de ser avaliado pelo outro, medo de o outro não gostar do que vê, perfeccionismo que acaba saindo pela culatra e virando piada. (Se o assunto acabar, talvez o banheiro seja a melhor saída.)
A afetividade existe, está aí pulsando dentro de você, mas o que fazer com ela?
Qual a dosagem? Qual a medida? Qual o para-casa que o psicólogo mandou você fazer?
“Românticos Anônimos” é um filme para rir, gargalhar e acima de tudo pensar: o que é que você está fazendo da sua vida? Como está vivendo (ou deixando de viver) o amor? Onde é que foi parar a chave da sua prisão? Você está fugindo de quê? De quem? Que segredos esconde tão bem guardados?
Coragem, meu(minha) caro(a). Que o mundo não anda muito romântico não há dúvida. Mas isso não tira a força que tem um sentimento, uma emoção ou afeto. Capacidade de amar, cada um nasce com a sua. A questão é se você se coloca como autor(a) ou anônimo(a) da sua própria história.
PC diz
Já estou te devendo pel’O Palhaço.
Lá vou eu, um romântico identificado atrás da sua dica.
Depois te conto.
Beijo
Renata Feldman diz
Perde o espetáculo não, PC.
E leva a Gêisa pra uma sessão bem romântica, aproveita.
Abração!