emoção

Artigos em emoção

Per-doarVida

Per-doar

Certa vez um jornalista perguntou a uma judia sobrevivente dos campos de concentração: – A senhora perdoou os nazistas? – Sim. (…) Eu não suportaria carregá-los dentro de mim. Perdão é palavra recorrente no setting terapêutico. Palavra-chave, capaz de fechar ciclos ou abrir janelas há tanto tempo emperradas. Entre quatro paredes e duas portas acústicas separando o mundo lá fora, escuto a dor que vem das relações trincadas, quebradas, por vezes desmoronadas. Diante da mágoa erigida como

27 de set. de 2019Ler mais →
EmoçãoVida

Emoção

Se tem uma coisa bonita nessa vida – pra lá de bonita – se chama emoção. Dessas que vêm sem a gente pedir, sem marcar hora ou nada insistir. Simplesmente vem. Simplesmente brota, nasce, rompendo com a aridez desse nosso mundo denso e estranho. Nada de cisco no olho, gripezinha, resfriado. Nada de engolir esse choro que acordou bem-disposto. Deixa vir. Deixa fluir o que ficou aí guardado, escondido, engaiolado, contido. Emoção combina com autenticidade, carece de ser livre. Pode saltar das p

20 de jun. de 2019Ler mais →
OratóriaHomens

Oratória

Você aprendeu várias regras de boa educação. Como falar, como se comportar, como agir. Como ser uma moça bem-educada, um moço gentil, alguém que segue à risca o protocolo. Aprendeu a seguir o certo, o convencional, uma boa dose de cerimônia e certa formalidade que convém ao mundo. Fez o dever de casa direitinho, passou de ano, passou no teste. Ganhou estrelinha, acumulou incumbências, um tanto de lombalgia também, na ilusão de que conseguiria (ou deveria) carregar o mundo nas costas. Foi

5 de set. de 2017Ler mais →
AlegriaAutoestima

Alegria

Alegria é um estado de espírito. Um show do Ed Sheeran. Um sorriso inédito do filho. (Impagável, indizível, imperdível.) Um vale-massagem da filha. (Vale-bis?! Biiiis.) Um pé pra lá, outro pra cá em plena cozinha às 10 da manhã de sábado, deixa a louça pra depois. Alegria é um brilho que a gente carrega nos olhos. Um mergulho no seu “melhor de si”. É  amar sua profissão. É o sopro da leveza quando tudo fica mais pesado. É um tanto de problema pra ouvir sorrindo, acendendo luz no caminho. Um

5 de jun. de 2017Ler mais →
A dor que te moveVida

A dor que te move

Todo mundo sabe a dor que tem. Lá de trás ou de agora, não importa. Escondida ou escancarada, recorrente ou velada, há dores capazes de afundar o peito e arranhar a alma, até escurecer tudo. Até as estrelas. Todo mundo sabe também o Deus que tem. Ou que não tem, se por acaso resolveu brigar com Ele. Sim, há quem brigue com Deus. Há quem jogue fora toda espécie de crença e esperança e sentido, exausto de tanto sofrer. Há quem entre em coma, quase, de tanto doer. Mas aí vem Deus e te mand

23 de mai. de 2017Ler mais →
Pelos cotovelosVida

Pelos cotovelos

Fala sem parar, por falar, se esqueceu (?) de sentir. Frio? Abandono? Medo? Tristeza? Alegria? Sentimento ainda não descoberto, não nomeado? Coração tomou anestesia, paralisado de taquicardia, amordaçado ficou, relógio parou. Insônia. Fala do tempo, do vizinho, do político, do padeiro, da labuta. Fala da certeza que não tem, do ônibus que não vem, do trampo e do santo, dos milagres tão escassos. Em falta. “Calor danado, precisando chover.” Distância doída, cansou  de sofrer. Sob

27 de out. de 2016Ler mais →
Onde Vander Lee possa me ouvirVida

Onde Vander Lee possa me ouvir

Te conheci há alguns anos, na piscina, e chorei de emoção. A aula de hidroginástica chegara ao fim e a professora colocou uma música sua para tocar. Fazer o alongamento ouvindo “Onde Deus possa me ouvir” foi como fazer uma prece, presente pra alma depois que o corpo (missão cumprida!), já sorria agradecido. Cheguei ao consultório com a sua música na cabeça e no coração, querendo dividir com o mundo cada palavra sua. Num intervalo entre um atendimento e outro, fiz um café, entrei no facebo

7 de ago. de 2016Ler mais →
De mãe pra filhaMães

De mãe pra filha

Minha mãe nunca me ensinou a cozinhar. Psicóloga de mão cheia (minha mestra, minha luz, minha guia), saía cedo de casa para ouvir problemas e traduzir sofrimento em palavras. Sua maior especialidade? Afeto, emoção, cuidado, ternura, muitos beijos e abraços, ingredientes que nunca poderiam faltar. Ah, e sempre conectada ao lado prático da vida, quanto mais praticidade melhor. Quando me casei, foi a ela que recorri  para preparar um “jantarzinho especial” pro meu marido: – Mãe, estou pen

7 de mai. de 2016Ler mais →
5 AnosVida

5 Anos

Há cinco anos a gente se encontra, conversa, conecta, troca um dedo de prosa e poesia. Respira fundo e chora, ri, pensa, sente, sonha, realiza, eterniza o que há para ser guardado. Há cinco anos a gente faz das palavras terapia, da terapia alegria, da alegria razão de viver. Obrigada por fazer parte da minha inspiração e da minha escrita. Com você, o blog faz festa, poema, convite, pausa, movimento, faz todo o sentido. Um abraço carinhoso, Renata P.S.: Em breve, novidades par

13 de abr. de 2014Ler mais →
MarçoVida

Março

Noite escura. Fez sol. Encontro iluminado. Fez sentido. Grandeza de alegria. Amor de sinfonia. Contração de coração. Fez festa dentro de mim. Silêncio no hospital. Emoção dilatada. Duo de piano e violino começou a tocar. Tocou a alma. Sinos ressoaram. Sina mais linda inventei de viver. Olhos cheios d’água. Águas de março. Nasceu você. * Retirado do livro Refúgio, Renata Feldman, Editora Asa de Papel, 2013.

6 de mar. de 2014Ler mais →
PausasAmor

Pausas

Se eu morrer de amor? Morri. Flores, violino, último suspiro. Nasci. Dor de contração, vôo livre, vou. Viena, Toscana, Tel Aviv. Parada cardíaca, abalo de emoção, nudez enluarada, embalo de dormir. Concha, estrela, morrer do sol, Deus de longe vi. Poesia, escritura, lindura de palavra inventada pra dizer numa sentada o que senti. Porvir. Por mim. Tin-tin. Se eu nascer de amor? Vivi.

11 de fev. de 2014Ler mais →
O dia em que a terapeuta chorou. Ou: emoção de uma crônica autorizadaAutoestima

O dia em que a terapeuta chorou. Ou: emoção de uma crônica autorizada

Toda quinta ela anunciava sua chegada com uma batida inconfundível na porta: toc-toc, toc-toc, toc-toc. Chegava carregada de luz, cansaço, pasta executiva, esperança, celular já no jeito para plugar no tomada e vontade de mudar o mundo – o seu mundo. Queria emagrecer, queria engravidar, queria deixar a vida de executiva pilhada no último grau e ficar bem zen. Seu sonho quase foi parar no Guinness Book: tudo o que aquela mulher queria era deixar o posto de empresária e virar professora de iog

26 de dez. de 2013Ler mais →