Comecei a assistir “A Grande Família” e não resisti. Pronto. Peguei o netbook e aqui estou, com os dedos coçando, escrevendo sobre o episódio de hoje – “A mãe de Lineu Parte 2”.
Não vi a parte 1, mas a 2 é um prato cheio para psicólogo. Trágico. Cômico. Mais trágico do que cômico.
Assim são os traumas de infância. Inesquecíveis, dolorosos, indeléveis.
Uma mãe abandona o filho e reaparece muitos anos depois, já velhinha, encontrando seu filho como gente grande, pai de família. Cheio de lembranças doídas, cheio de mágoa no peito, cheio de falta. Falta de colo, falta de ar, falta de mãe simplesmente.
E aí as piadinhas, os risos, o humor negro
que são típicos do programa vão dando lugar
à emoção de um filho que se reencontra com a mãe, tanto tempo depois.
Do lado de cá, o telespectador se emociona com o que vê em flashback: a separação dos pais do menino, os retratos rasgados, a rigidez militar do pai, o medo de dormir no escuro, o choro proibido, a paixão da mãe pela profissão de cantora, a polêmica questão da guarda judicial, o peso que é para um filho decidir com quem ficar.
Do lado de cá, a gente vê quanta confusão, quanto mal-entendido, quanto amor transbordando entre mãe e filho, a despeito da violência desse abandono.
Depois de tanto resgate, o programa termina com a alegria que lhe é peculiar. Com a constatação de que é possível recomeçar e reconstruir a história, a vida, apesar de tudo o que foi e significou o passado. (Passou.)
Olhando para a sua grande família,
Lineu enxerga no Lineuzinho que foi um dia
a alegria de viver um destino mais leve.
Constelação familiar pura na telinha da Globo.
Anonymous says
A gente querendo ou não, família é a coisa mais importante do mundo. O que depende, sim, de a gente querer, é que ela seja também a coisa mais gostosa do mundo. Pra isso, é encarar o passado, aprender com ele, e, como você sabiamente disse, deixá-lo passar.
Beijos!!!!
Vick
Renata Feldman says
As mães, especialmente, Vick, têm o poder de curar machucados e feridas com a frase “Passou, passou.”
Pode até não ser tão simples assim, mas dá um alívio danado.
Beijos carinhosos!