Um estouro. Um apagão. Alarme de incêndio disparado. Coração disparado. Panturrilhas em dia. Um prédio inteiro no térreo, aguardando os bombeiros chegarem. Chegaram.
Conectados somos, conectados estamos. Um transformador estoura na rua e cada sala é afetada (impactantemente afetada) de um jeito. Cai a energia, para o ar-condicionado, escurece o computador, sai fumaça no aparelho de som. Uma cadeira do décimo andar começa a pegar fogo. Socorro.
Depois de um início de tarde de segunda-feira extraordinariamente atípico, tumultuado, turbulento, nada como pegar o elevador de volta, apertar o oito, encontrar meu refúgio em ordem. Na velha paz que eu amo e conheço.
O dia terminou bem, obrigada. Mil vezes obrigada, não canso de agradecer. Ser, estar, transformar. Ver que tudo não passou de um susto.
A tarde caiu, o interruptor continuou impassível ao toque, a sala escureceu. (Escuro também estava o coração à minha frente, escuro de tanto doer.)
O último atendimento foi iluminado de velas, e elas também pareciam conversar. Chorar, palavra por palavra. Aconchegar emoção, silêncio, fala, escuta.
Terapia à luz de velas, nem preciso dizer o quanto foi lindo.
Soraya says
Seus textos sempre são belos, poéticos e pontuais!
Renata Feldman says
Muito obrigada, Soraya! É uma alegria compartilhar minha emoção com você.
Abraço carinhoso!
Cidinha Ribeiro says
O mergulho, a escuta, a luz da vela, o aconchego. O alento para o coração sofrido.
A calma, o descanso, o recomeço. Vida que segue.
O simbólico é retirado do apagão. E a luz volta a iluminar.
Renata Feldman says
Ahh, Cidinha!… Que presente ter você aqui. Seu comentário virou poema, deixou o blog mais bonito!
Muito obrigada, querida.