Na minha época não tinha essa história de chá-revelação. A esperada descoberta do sexo do bebê era feita no momento do ultrassom e comemorada ali mesmo, no calor e na simplicidade de uma emoção que aos poucos ia sendo compartilhada com a família inteira.
Foi assim no ultrassom do Léo. Foi maais ou menos assim no ultrassom da Bella. Depois de um ano e meio tentando engravidar pela segunda vez (“esterilidade psíquica“, já contei por aqui), a grande revelação veio no resultado do beta hcg, que por si só foi uma festa.
Menino ou menina, o essencial eu já tinha: um coraçãozinho batendo junto do meu, sinfonia de alegria. Não conseguia parar de agradecer. Se viesse mais um menino, Rafael. Bom demais um irmãozinho pro Léo. Se viesse uma menina, Isabella (nome sonhado e escolhido desde sempre, a forma mais linda que eu encontrei de homenagear a minha avó.) De um jeito ou de outro ia ser maravilhoso, essa era a única certeza que eu tinha.
No ultrassom de 12 semanas, de olho na telinha, arrisquei um palpite:
– Doutor, parece que tem um menininho aí. Acertei?
-É, sua percepção está boa… 70% de chance.
Saímos de lá com a família em polvorosa. “Rafa pra lá”, “Rafa pra cá”. Meu marido me deu mais um pingente com carinha de menino pra eu colocar no pescoço, não coloquei. “Vai ficar guardado até o próximo ultrassom. Até termos certeza. Minha intuição diz que é a Bella que está por vir.”
No ultrassom seguinte, segurei na mão da madrinha e não segurei a emoção quando o médico anunciou sem titubear: “Temos uma bailarina por aqui!…”
Ah, minha menina. Bailarina, peixinha, aprendiz de krav magá, jardineira, craque de futebol. Quinze anos se passaram e a vida anda se revelando para você: generosa, ´ética, humana, divertida, incrível. Bonita de se ver. E a cada revelação, a confirmação de que tinha mesmo que ser você; de que um sonho tem sua grandeza e razão de ser; de que a esperança faz andança no coração da gente.
Vira e mexe ainda te pergunto por que você demorou tanto a vir, Bella. Vai ver tinha casa de vó lá em cima. Bisavó, aliás, duas vezes mãe com açúcar.
Sorte de quem convive de perto com a sua doçura, filha. E também com a sua luz, seu sorriso, sua emoção, seu jeito especial de ser, sua sensibilidade e personalidade forte. (Signo de escorpião, o famoooso signo de escorpião.)
Feliz de quem tem em você um jardim inteiro pra cultivar, pra amar esse primeiro de novembro que nasceu poema. Muita emoção te ver florescer a cada dia, a cada nova primavera. Feliz nascer, filha. Feliz de mim que tenho você na minha vida.
Andre Lemos says
Minha filha, eu te amo, eu te abençoo
Renata Feldman says
❤️