Encantada que sou por Selton Mello, especialmente depois do seu aclamado filme “O Palhaço” (já retratado aqui no blog), fui “obrigada” a assistir “O filme da minha vida”, lançado seis anos depois.
O filme é um prato cheio para psicólogos, apaixonados pelo comportamento humano e pelo emaranhado de relações, afetos e emoções que rege a nossa vida. Na verdade é um prato cheio para todos nós, seres humanos, gente de carne e osso: pai, mãe, filho, filha, homens, mulheres, você simplesmente. Amor de onde a gente veio, amor pra onde a gente vai. Em sete letrinhas, uma das palavras mais importantes da sua vida: família. Do jeito que foi, do jeito que é, não há como negar o impacto desses laços na sua existência, desde sempre.
“O filme da minha vida” nos lembra o quão nada matemática é a vida, ou quantas vezes o desenho sai fora do contorno, e o trem, dos trilhos. Encontros, desencontros, alegrias, desapontos, sustos, surpresas, dores, amores, partidas, chegadas, bem a essência aqui do blog, com todos os antagonismos que fazem parte deste grande filme chamado vida. (Que também caminha ao lado de um grande antagonismo chamado morte. (…) Já ouvi dizer que quando essa “dona” chega, no momento da grande passagem, temos a oportunidade de assistir ao filme da nossa vida, nos deparando com os momentos mais marcantes, mais significativos e tocantes. Será?)
Todo mundo tem uma história digna de filme. Olhe para trás e faça uma pequena grande retrospectiva, do dia do seu nascimento até agora. Cenas, paisagens, cortes, atores coadjuvantes. Trilha sonora, enredo, plasticidade, efeitos especiais e todos os acontecimentos que não estavam no script. É, eu sei. Algumas coisas nunca estão. Haja terapia pra tentar entender. Haja espiritualidade pra botar sentido.
Enquanto o fim está longe e as luzes ainda não se apagaram, há muito ainda o que roteirizar e viver.
A quantas anda o filme da sua vida?
Angela Belisário says
Como sempre vc, Renata, nos faz voltar ao passado fazendo um retrospecto da vida.
Texto maravilhoso, como sempre.
Vou pensar seriamente neste filme aguarde para o lançamento, kkk.
Beijo carinhoso.
Angela Belisário
Renata Feldman says
O passado nos pertence e nos significa muito, Angela. Só não podemos ficar presos a ele, pois a vida nos convida sempre a rodar novas cenas, paisagens, enredos.
Fico feliz por fazer parte do filme da sua vida, mesmo que numa pequena ponta.
Beijo, minha querida.
Vera Mesquita says
Sabe aquele filme de arte que a gente não entende, mas finge que entendeu. Assiste de novo e não chega a nenhuma conclusão.
Assim é o filme da minha vida. Um roteiro confuso, atores que entram, atores que saem, autores que, às vezes, perdem o fio da meada e ficam numa monotonia sem fim. Cenários ora alegres e coloridos, ora cinzentos ou quase negros. Trilha sonora, às vezes, linda, outras vezes nem tanto. Uma história como tantas outras, cheia de momentos felizes ou infelizes, surpresas agradáveis ou desagradáveis, sonhos realizados ou frustrados…
O grande medo que tenho é de quando terminar o filme e as luzes se acenderem. Será que é mesmo o final ou será apenas um de inúmeros capítulos de uma série…
Adorei o seu texto, Renata! Parabéns!
Renata Feldman says
Filmes de arte tem uma beleza rara, sutil, que muitas vezes transcende mesmo o nosso entendimento.
Eu, daqui do meu lugar de espectadora, me sinto privilegiada, e acabo te colocando (com imensa alegria) no filme da minha vida.
Obrigada, Vera querida!