Calma. Respira fundo. Ommmmm.
Não é porque o fim de semana acabou que você tem que plugar na tomada (599 volts) e entrar no modo automático, meio gente meio robô, coisa mais esquisita.
A vida anda corrida, eu sei. 24 horas é pouco e o tempo escorre pelos dedos. Haja ioga para colocar o coração no lugar.
Mas se a pausa não vem por bem, vem por mal. Boechat que o diga. Fora do ar por quase duas semanas, esse nosso querido jornalista deu o ar da graça na última quinta-feira, com um relato emocionante sobre o seu sumiço. Emoção, aliás, que começou com a mensagem de uma ouvinte contando a pergunta da filha a caminho da escola: “Mamãe, o Boechat virou estrelinha?”
“Acho que devo uma explicação às centenas de pessoas que me escreveram nos últimos dias perguntando o que eu tinha e desejando minha pronta recuperação: pois bem, queridos amigos, o que eu tive foi um surto depressivo agudo. Minutos antes de começar o programa de rádio eu simplesmente sofri um colapso, um apagão aqui no estúdio. Nada na minha cabeça fazia sentido. Nenhum texto era compreensível. Os pensamentos não fechavam e uma pressão insuportável dava a nítida sensação de que o peito ia explodir. Fiquei completamente desnorteado, em estado de pânico”.
É, Boechat. Além de ser um jornalista de peso você também é de carne e osso e tem um coração batendo aí no peito, é bom lembrar. Seu depoimento nos emociona pela coragem de noticiar algo tão pessoal e ao mesmo tempo universal. Sim, depressão não é frescura nem luxo, muito menos tristeza sofisticada: é doença séria, a que mais cresce no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde.
Notícia importante: ansiedade, estresse, fadiga, exaustão são atalhos certos para se chegar até a depressão. E se ela for escondida ou negada, o caminho pode não ter volta.
Que possamos entender de política, economia, leis, gente, lombalgia, qualquer que seja sua praia ou rotina. Mas que não nos falte rede na varanda, caminhada ao ar livre, noites bem dormidas, brincadeira de criança, sorvete na praça, encontro com os amigos, livro de cabeceira, amor pra cultivar, árvore pra abraçar, pausa pra viver.
Abra sua agenda e invente um domingo para cada segunda, terça, quarta, quinta-feira. Fure o olho do furacão e se permita compromissos importantes com você mesmo(a). A vida é curta. E é para ser vivida. Carpe diem.
MARGARET LEMOS CORTEZ says
Mto pertinente e importante seu comentário RENATA , que mais uma vez soube brilhar com as palavras e mostrar com clareza a importância de ficar atento as tensões do dia a dia e saber elaborar bem pra não surtar ,como vemos mtas pessoas hj em dia “SAIREM DO SERIO “. Saber diferenciar e diagnosticar o stress e a depressão são formas de evitar o pior .
Renata Feldman says
Você que o diga, Margaret. Fisioterapeuta de mão cheia que é, quantas dores e nódulos de tensão já não passaram por você? O corpo não só fala, grita.
Abraço carinhoso!
Selma Araújo says
Adoro o Boechat que cresceu ainda mais no meu conceito
.
Renata Feldman says
Então somos duas, Selma.
Também sou fã dele, e fiquei ainda mais.
Beijo!
Andre says
Adorei o texto. Foi como um domingo na minha quarta feira já iniciada!
Renata Feldman says
Você merece muitos domingos no meio da semana, Andre.
Viva cada um deles com alegria e muito amor.
Beijo
Thais says
Toda vez que tenho um tempinho e venho ler seus posts, tenho certeza que sempre vou me surpreender com suas palavras Renata! Você nos faz refletir e nos encoraja! Um domingo na minha sexta 🙂 Beijos!
Renata Feldman says
Feliz “domingo” para você, Thais. Cheio de surpresas, alegrias e pausas muito bem-vindas. Como essa paradinha aqui no blog.
Abraço carinhoso!