Tem gente que brinca com o amor.
Faz do que é sagrado passatempo.
Transforma riso em lamento.
Rasga uma história em mil pedaços.
Não dá conta de amar.
Não dá conta do amor.
Vira especialista em dor.
Dor de assombro, dor de susto,
dor de decepção, dor do cão.
Causa vazio, paraplegia, estômago incendiado.
Pega as cinzas e joga ao vento,
pega o amor e enterra com cimento.
Aqui jaz um amor que foi, já não é.
Que acabou, finitou, apenas poderia ter sido.
Ausente. Inexplicável. Inexistente. Desperdiçado.
Milhões de cacos de um amor que se quebra.
Jogado longe. Atirado sem dó nem pena.
Cama vazia. Alma vazia. Baita azia.
Por que a brincadeira?
Por que a ilusão sem eira nem beira?
Enlouqueceu. Escureceu. Perdeu a vez.
Com o amor não se brinca, criança.
Amor é verso, direção, poema, sentido de vida.
Uma pena quem escolhe brincar ao invés de amar.
Jean Piter says
Realmente, com amor não se brinca! Eu estou apaixonado!
Dafne L. says
Pena mesmo, infelizmente parece que o amor virou banalidade, coisinha à toa, só um casinho,só mais uma aventura, mas pra mim quem faz isso, nunca amou de verdade.
Renata Feldman says
A paixão é raiz pra florescer o amor, Jean Piter. Tem que cuidar.
Renata Feldman says
Quem vê o amor como banalidade só pode mesmo estar fora da realidade, Dafne.
Renata says
Que lindooooooo!!!!! Poema maravilhoso e muito realista. Devemos aprender a amar. Isso é muito sério.
PC says
Uma vez, eu trabalhava na Santa Casa, e uma das gerentes nossas chegou com uma camiseta azul céu, esplendorosa. Eu falei:
– Clarinda, você está ma-ra-vi-lho-sa.
E ela, rápída:
– Quase que eu não vinha com esta camisa.
Tem hora que eu acho que o medo de se mostrar bonita é um pedaço do medo de amar…
Renata Feldman says
Bota aprendizado nisso, Renata!
Beijos carinhosos!
Renata Feldman says
É, PC… E esse medo de amar pode ter nascido de uma brincadeira de mau gosto… Aí afeta até o gosto de vestir uma roupa bonita.
Abração!
Ana says
Adorei o texto, Renata! Acho que quem escolhe brincar com o amor, tem medo de amar. Porque amar, é perder um pouco o controle das coisas. Lembrei de uma música do Beto Guedes que diz: ” O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier…”
Um beijo!
Renata Feldman says
Faz sentido, Ana.
Para se desviar do medo – que é pesado, sério -a pessoa acaba brincando com o sentimento do outro. Como se fosse possível compensar as coisas dessa maneira…
Adoro essa música também!
Beijo!
Suzana Luna says
Adorei! Mas que atire a primeira pedra quem, até sem querer, nunca “brincou” com o amor…
Vick says
Saber amar…
Saber deixar alguém te amar!
Beijos, te amo muito, amiga!
Renata Feldman says
Menos mal quando é sem querer, Suzana querida!…
Mas dói do mesmo jeito…
Beijos carinhosos!
Renata Feldman says
Saber viver o amor, Vick… Se houvesse curso disso, as salas estariam lotadas…
Beijos, também amo você, minha amiga!