“Agora.” “Rápido.” “Pra antes de ontem cedo.” “Now.” “É pra já.”
Os publicitários conhecem estas frases tintim por tintim. Sabem bem o que é varar a noite, engolir sanduíche no horário do almoço, cochilar de madrugada no sofazinho preto da recepção.
Mas não é só publicitário que é expert no assunto. Você, diante desse computador, consegue tudo o que quiser num clique. Basta acessar o google e o mundo está nas suas mãos. Bula de remédio, pizza delivery, flores para a mulher amada, dietas do sol e da lua, as últimas pesquisas da NASA, blog da Renata Feldman. Simples assim: digita, deleta, clica, desliga.
O mundo está ficando cada vez mais rápido, acelerado, imediatista.
Mas cuidado, caro ser humano de carne e osso, com um coração batendo aí no peito. Nem tudo é pra antes de ontem cedo. Seus desejos, suas culpas, seus sonhos e pulgas atrás da orelha, tudo isso tem um tempo próprio de acontecer ou se desfazer. A vida é feita de processos, muitas vezes lentos e silenciosos.
Para aplacar sua angústia, liga o Chico Buarque naquela música linda da qual eu só me recordo a estrofe: “Não se afobe não, que nada é pra já… O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio num fundo de armário, na posta-restante milênios, milênios no ar.”
Michelly Ferreira says
Ha! que lindo!!!
Lembro-me não sei ao certo quando, você comentando sobre a música do Chico dentro da sala de aula e pra gente não se afoba…
É a mais pura verdade. Tudo acontece no tempos certo.
Renata Feldman says
É isso, Michelly. Afobação não combina com criação. (Apesar de fazer parte…)
Beijos carinhosos!
Anonymous says
Oi Renata, muito legal o texto. Como meu primeiro dia do Publicitário como formado eu agradeço em nome de todos… Obrigado!
Abraço,
Nélio Gonçalves
PC says
Acredita que cai na pegadinha?
Fui no google e tá lá.
A música chama Futuros amantes.
E além da sua estrofe, a letra é assim:
FUTUROS AMANTES Chico Buarque (Brazil) – 1994
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
Renata Feldman says
Parabéns, Nélio! Que a sua caminhada seja de muito sucesso e, se der, um pouco menos de afobação!
Abraço!
Renata Feldman says
Num é linda, PC? Se o Chico não existisse eu ia ter que inventar.
Abraço grande!
Andre says
lindo texto
Renata Feldman says
Obrigada, Dé!…
Beijo
Solange says
ai… como eu amo essa música, e como preciso dessa calma…
lindo texto…
beijoca carinhosa
Renata Feldman says
Que ela sirva de inspiração para você todos os dias da sua vida, Solange! Beijos
Alan says
Oi Renata!
Antes de tudo, adorei te conhecer. Só confirmou o que eu já imaginava! rss..
Eu trabalho numa agência e posso afirmar que, como designer gráfico, também sei o que é varar a noite para terminar aquele projeto que o cliente aprovou aos 45 do segundo tempo.
Acho que todos nós precisamos de um escape, né? Inclusive já ouvi a música!
Agora, deixa eu correr pois eu tenho um monte de coisa pra entregar! rsss..
Abraços,
Alan
Vick says
Adorei.
Depois do slow food, meu sonho agora é slow life. Devagarzinho, a gente consegue.
Como dizem por aí, o que se leva dessa vida é a vida que a gente leva… beijos
Renata Feldman says
Corre, Alan, corre! Mas “não se afobe não”! Reserva um tempinho do seu dia pra comer bolo de chocolate!
Abração!