Desenrola esse novelo embolado,
bolorado de dor.
Quanta tristeza. Escuridão. Escravidão.
Quanta beleza no seu olhar.
Vê. Percebe as coisas como ela são.
Separa o joio do trigo. O céu do chão.
Separa-ção.
Aprende a conviver com o que você tem.
Aceita o que não tem.
Chora.
Tira da prisão esse luto abafado,
trancado, contido.
Manda embora o que não é seu.
Dá liberdade ao coração de se esvaziar
dos velhos entulhos, lixo.
Chora.
Lava a alma. Tira a poeira do peito.
Aqui você não precisa disfarçar o choro.
Aqui você tem escuta, espaço, estiagem.
Tem os meus olhos para desembaçar os seus.
Ana says
Perfeito texto!! Parabéns Renata! Belas palavras!
É o que sinto hoje!
Renata Feldman says
Muito obrigada, Ana! “Transmissão de sentimento!” Espero que você fique bem,viu?
Grande abraço!
redatozim says
lindo mesmo, rê. parabéns.
Renata Feldman says
Obrigada, redatozim!
Abraço!
Adoro essa coisa do olhar... says
Nossa! Esse texto traduz muito bem o sentimento de quem faz terapia. A gente se sente assim mesmo, e as vezes as gavetas do passado estão desarrumadas e da um cansaço arrumá-las novamente e chegamos a sentir angústia.
Renata Feldman says
É bem assim mesmo, “Adoro essa coisa do olhar…” Arrumar as gavetas dá trabalho, mas também dá um alívio danado!… Tomar consciência dessa angústia já é um grande passo…
Kênia Mara says
Só quem faz terapia sabe a importância que tem e o quanto faz diferença em nossas vidas. Agradeço a Deus por ter colocado em meu caminho pessoas tão maravilhosas que tem me ajudado a olhar e conseguir enxergar, a retirar vendas. Muitas pessoas não entendem, já que é um processo íntimo, demorado. Nós mesmos sentimos vontade de desistir algumas vezes. Contudo, qdo vemos o abstrato transformar o concreto e as dores se transfigurarem em aprendizado, vemos a esperança renascer. E é isso que precisamos, nascer, renascer, viver.
Obrigada pela imensa ajuda.
Parabéns pelo dom, pelo trabalho, pela competência, pela doçura, pela sensibilidade!
Te admiro mt.
Gde abraço,
Renata Feldman says
Kênia querida,
Desse jeito, sou eu que vou chorar!…
Obrigada pelo carinho e pela poesia que descobriu dentro de você (nascer, renascer, viver).
Um grande abraço!
joana de Oviedo says
Maravilhoso poema!
Renata Feldman says
Obrigada, Joana! Fico feliz que tenha gostado.
Seja bem-vinda e volte sempre!
Rosângela Fontana. says
chorar, até tento,
mas desafabar consigo.
Parabéns, poema lindo.
Renata Feldman says
Chorar rima com desabafar. Os dois verbos fazem um bem danado. Né?
Abraço carinhoso, Rosângela!